Pinheirinho: Área no interior onde viviam 8 mil pessoas e ocorreu uma das maiores ações de reintegração de posse do País hoje só tem mato, cercas e vigias.
Assim seria um governo federal nas mãos doso donos da imprensa brasileira e seus empregadinhos do PSDB.
Pinheirinho: após 1 ano, ninguém ainda tem casa
Área no interior onde viviam 8 mil pessoas e ocorreu uma das maiores ações de reintegração de posse do País hoje só tem mato, cercas e vigias
WILLIAM CARDOSO - O Estado de S.Paulo
Há um ano, o Pinheirinho - terreno de 1,3 milhão de
metros quadrados em São José dos Campos - foi palco de uma das maiores
ações de reintegração de posse do País. Mais de 2 mil policiais
militares retiraram da área 8 mil pessoas que viviam ali desde 2004. Não
houve tempo de reação e o "exército" que havia se armado de porretes,
caneleiras de PVC e capacetes de moto foi surpreendido pelo Choque.
Hoje, a área tem apenas mato, cercas e seguranças privados espalhados
para evitar uma nova invasão - a calçada do lado de fora virou uma
minicracolândia. O terreno foi devolvido à massa falida da empresa
Selecta, do investidor Naji Nahas, como ordenou a juíza Márcia Faria
Mathey Loureiro.
A manhã de 22 de janeiro de 2012 mudou a vida de 1.500 famílias. Entre elas, a do cabeleireiro Jaime Rocha do Prado, de 62 anos, ex-coordenador da capela que havia no local. Sem casa e sem emprego - ele perdeu o salão dentro Pinheirinho -, Prado dormiu com a mulher e os filhos no chão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que recebeu parte dos desabrigados. E ainda sofre com as lembranças. "Muitas pessoas tiveram crises de ansiedade e depressão. Eu mesmo engordei 10 quilos."
Correr e cair em meio às bombas e balas de borracha, com a barriga de 6 meses de gravidez, foi só o prenúncio das dificuldades que a camareira Charlene da Silva, de 29 anos, e as duas filhas enfrentariam. "Dormia no meio de pombas mortas, gente usando droga. Quase perdi meu bebê", diz. Após passar por várias casas, ela hoje mora em dois cômodos cheios de umidade, por R$ 400 ao mês. "Minha filha recém-nascida vive doente."
Os desalojados recebem auxílio-aluguel de R$ 500 mensais, mas o valor dos imóveis dobrou de preço nos bairros próximos ao Pinheirinho. Muitos partiram para áreas de risco, vivendo em casas abandonadas no Rio Comprido. Outros optaram pela zona rural, como a diarista Ana Paula Pardo da Silva, de 35 anos.
Ela se mudou para uma chácara com os quatro filhos e o marido, Kleverton dos Santos, de 38 anos, que perdeu o emprego de carpinteiro ao descobrirem que era ex-morador do Pinheirinho. "Tem muito preconceito. Ele tinha carteira assinada e tudo."
No dia da reintegração, a faxineira Tereza Meireles, de 50 anos, seguia para a missa matinal quando cruzou com o Choque. Teve 10 minutos para juntar peças de roupa e deixar o local. Hoje, mora em uma casa paga com o auxílio-aluguel. "Durmo imaginando que isso não é meu."
A manhã de 22 de janeiro de 2012 mudou a vida de 1.500 famílias. Entre elas, a do cabeleireiro Jaime Rocha do Prado, de 62 anos, ex-coordenador da capela que havia no local. Sem casa e sem emprego - ele perdeu o salão dentro Pinheirinho -, Prado dormiu com a mulher e os filhos no chão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que recebeu parte dos desabrigados. E ainda sofre com as lembranças. "Muitas pessoas tiveram crises de ansiedade e depressão. Eu mesmo engordei 10 quilos."
Correr e cair em meio às bombas e balas de borracha, com a barriga de 6 meses de gravidez, foi só o prenúncio das dificuldades que a camareira Charlene da Silva, de 29 anos, e as duas filhas enfrentariam. "Dormia no meio de pombas mortas, gente usando droga. Quase perdi meu bebê", diz. Após passar por várias casas, ela hoje mora em dois cômodos cheios de umidade, por R$ 400 ao mês. "Minha filha recém-nascida vive doente."
Os desalojados recebem auxílio-aluguel de R$ 500 mensais, mas o valor dos imóveis dobrou de preço nos bairros próximos ao Pinheirinho. Muitos partiram para áreas de risco, vivendo em casas abandonadas no Rio Comprido. Outros optaram pela zona rural, como a diarista Ana Paula Pardo da Silva, de 35 anos.
Ela se mudou para uma chácara com os quatro filhos e o marido, Kleverton dos Santos, de 38 anos, que perdeu o emprego de carpinteiro ao descobrirem que era ex-morador do Pinheirinho. "Tem muito preconceito. Ele tinha carteira assinada e tudo."
No dia da reintegração, a faxineira Tereza Meireles, de 50 anos, seguia para a missa matinal quando cruzou com o Choque. Teve 10 minutos para juntar peças de roupa e deixar o local. Hoje, mora em uma casa paga com o auxílio-aluguel. "Durmo imaginando que isso não é meu."
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