Fernando Henrique Cardoso – PSDB
Hoje nossa Leitora do blog, Marcial da Selva, fez em seu comentário uma pergunta sobre quantos ministros foram demitidos no governo do Fernando Henrique Cardoso.
Não encontramos a quantidade nem os nomes demitidos, mas encontramos uma lista com os escândalos de corrupção durante a era FHC – 01/01/1995 - 01/01/2003.
1 – Conivência com a corrupção
O governo
do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de
FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a
Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e
composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo
combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da
Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se
especializou em abafar denúncias.
2 – O escândalo do Sivam
O contrato
para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa
Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo
gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência.
Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César
dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
3 – A farra do Proer
O Proer
demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o
sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional
foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo
Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos
chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a
recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos
estaduais.
4 – Caixa-dois de campanhas
As
campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema
de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na
prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela
contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
5 – Propina na privatização
A
privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela
suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do
senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do
Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos
fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que
levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do
consórcio Telemar.
6 – A emenda da reeleição
O
instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações
revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre,
ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram
expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados
acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra,
foram absolvidos pelo plenário da Câmara.
7 – Grampos telefônicos
Conversas
gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC.
Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram
conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das
Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES,
articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco
Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida,
amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na
história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de
pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
8 – TRT paulista
A
construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169
milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o
juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e
para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos
principais envolvidos no caso.
9 – Os ralos do DNER
O DNER foi
o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em
matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A
manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos.
Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos
precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou
sendo extinto pelo governo.
10 – O “caladão”
O Brasil
calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo
sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os
telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam
sido recém-privatizadas. O “caladão” provocou prejuízo aos consumidores,
às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.
11 – Desvalorização do real
FHC se
reelegeu em 1998 com um discurso que pregava “ou eu ou o caos”. Segurou a
quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a
eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de
informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT,
divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança
cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa
suspeita às vésperas do anúncio das medidas.
12 – O caso Marka/FonteCindam
Durante a
desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos
pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses
bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes,
ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka,
estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola
retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.
13 – Base de Alcântara
O governo
FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação
internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de
Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos
aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material
americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso
brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda
com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o
PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de
Relações Exteriores da Câmara.
14 – Biopirataria oficial
Antigamente,
os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam
nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato
escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que
possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos
diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares.
Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode
render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não
fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.
15 – O fiasco dos 500 anos
As
festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do
ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se
transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da
polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das
comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos
denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de
superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de
Hannover, em 2000.
16 – Eduardo Jorge, um personagem suspeito
Eduardo
Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens
mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC.
Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas
para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o
caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de
informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas
privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.
17 – Drible na reforma tributária
O PT
participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com
representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária
destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A
bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão
Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o
ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a
tramitação.
18 – Rombo transamazônico na Sudam
O rombo
causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999,
ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam
levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar
ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e
colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso
resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade
no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.
19 – Os desvios na Sudene
Foram
apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de
notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do
Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso
da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a
decisão no Supremo Tribunal Federal.
20 – Calote no Fundef
O governo
FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo
deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67
por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação
especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$
438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1
bilhões desde 1998.
21 – Abuso de MPs
Enquanto
senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de
Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois
juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à
tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos,
5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram
na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.
22 – Acidentes na Petrobras
Por
problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou
uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no
Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres
ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros,
um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio
Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36,
afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A
Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas
plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.
23 – Apoio a Fujimori
O
presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador
peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e
que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não
bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do
Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude
correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião
(PMDB-PR) e cassou a homenagem.
24 – Desmatamento na Amazônia
Por meio
de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação
ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental
debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o
desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve
aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi
modificada para pior.
25 – Os computadores do FUST
A idéia de
equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil
computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a
compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust.
Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez
megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do
sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser
usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União
suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.
26 – Arapongagem
O governo
FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de
seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa
máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo
SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão
dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste
ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram
responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.
27 – O esquema do FAT
A Fundação
Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano
Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi
acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que
deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito
Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação
profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob
investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério
Público.
28 – Mudanças na CLT
A maioria
governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do
PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos
trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O
projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o
governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.
29 – Obras irregulares
Um
levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a
existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves.
A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os
ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de
Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de
dólares. Consumiu o dobro.
30 – Explosão da dívida pública
Quando FHC
assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida
pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a
política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do
planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um
aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.
31 – Avanço da dengue
A omissão
do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de
dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil
mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes
Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em
propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à
dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio
registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.
32 – Verbas do BNDES
Além de
vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio
do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que
assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou
dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento
econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de
distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas
operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do
controle acionário da empresa.
33 – Crescimento pífio do PIB
Na “Era
FHC”, a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em
pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de
impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa
quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de
dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo
nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o
Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos
quais paga cada vez mais caro.
34 – Renúncias no Senado
A disputa
política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador
Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs
publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM
renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do
Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão
(PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José
Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado,
com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por
renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele
denúncias de desvio de verbas da Sudam.
35 – Racionamento de energia
A
imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o
apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia.
Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o
governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento
aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua
conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.
36 – Assalto ao bolso do consumidor
FHC quer
que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao
povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas
públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o
preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos
de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a
conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação
acumulada ficou em 80%.
37 – Explosão da violência
O Brasil é
um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são
os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a
24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking
dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios
por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil
pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar
mais segurança aos brasileiros.
38 – A falácia da Reforma agrária
O governo
FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma
agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias
durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo
considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no
programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a
fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.
39 – Subserviência internacional
A timidez
marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto
unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo
do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por
iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras
protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início
deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três
vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.
40 – Renda em queda e desemprego em alta
Para o
emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada
perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na
região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4%
em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem
trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de
trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três
anos.
41 – Relações perigosas
Diga-me
com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as
relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras
que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio
de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de
exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de
ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria
ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de
uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado
com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do
senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli,
ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em
empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular
realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em
bancos nas Ilhas Cayman – paraíso fiscal do Caribe.
42 – Violação aos direitos humanos
Massacres
como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram
assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram
nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o
governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a
impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a
forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive
crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas
generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas
prisões.
43 – Correção da tabela do IR
Com fome
de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O
congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a
inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos
salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5%
depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto
pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma
Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo
Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros
tributos.
44 – Intervenção na Previ
FHC
aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para
decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do
Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em
dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive
os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato
truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do
Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio
Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores
sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para
continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais
são sócios.
45 – Barbeiragens do Banco Central
O Banco
Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o
principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar
de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento,
que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro
fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública
estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses
mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$
30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses
de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os
especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não
vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário