Em entrevista nesta quarta-feira, a presidente Dilma contestou
reportagens da Folha e do Uol, do mesmo grupo, que tentaram igualar a
espionagem americana a atos cometidos pela Abin; "Não dá para comparar o
que a Abin fez, até porque não violou privacidade. Está previsto na
legislação brasileira, não cometeram nenhuma ilegalidade. Se tivessem
cometido, teriam sido afastados", disse ela; sobre as relações com os
Estados Unidos, ela afirmou que só serão normalizadas após um pedido de
desculpas do governo americano
6 DE NOVEMBRO DE 2013
247 - A Folha bem que tentou, mas não conseguiu constranger a presidente
Dilma Rousseff a ponto de demovê-la da ideia de exigir uma retratação
formal do governo norte-americano, em razão dos atos de espionagem
cometidos contra autoridades brasileiras.
Na segunda-feira, o jornal da família Frias publicou a denúncia de que
diplomatas estrangeiros foram seguidos por homens da Agência Brasileira
de Inteligência (leia aqui).
Hoje, deu voz a diplomatas americanos, que tentaram igualar este caso,
ocorrido dez anos atrás, ao monitoramento de telecomunicações de chefes
de Estado feito pelo governo de Barack Obama. "Todo mundo espiona, não
há virgens", dizia a reportagem do Uol, que também pertence ao grupo
Folha (leia aqui).
Incomodada com essa tentativa de desqualificação da posição brasileira
nas Nações Unidas, onde Brasil e Alemanha lideram uma ação contra a
bisbilhotagem, a presidente Dilma entrou no assunto. "Não dá para
comparar o que a Abin fez [com a espionagem dos EUA], até porque não
violou privacidade. Está previsto na legislação brasileira, não
cometeram nenhuma ilegalidade. Se tivessem cometido, teriam sido
afastados", disse.
Ela também afirmou que as relações entre Brasil e Estados Unidos
continuam no mesmo pé, ou seja, estão abaladas – em razão da espionagem,
Dilma cancelou um encontro de cúpula que teria com Obama. "Só tem um
jeito de resolver esse problema [da espionagem]: se desculpar pelo que
aconteceu e dizer que não vai acontecer mais. Até o momento não foi
possível essa solução", disse ela, durante entrevista ao Grupo RBS. "Se
eu fosse aos Estados Unidos, eu e o Obama estaríamos submetidos ao
constrangimento de uma nova denúncia. E aí essa seria a pauta, seriam as
novas denúncias, e não nossas realizações", afirmou.
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FOLHA DEU AOS EUA O ÁLIBI QUE OS EUA BUSCAVAM
"Todo mundo espiona", diz a manchete do Uol, portal do grupo Folha; "Não
há virgens nesse negócio", ironiza o texto; com uma reportagem sobre
"espionagem" da Abin, a Folha de S.Paulo conseguiu avacalhar o esforço
do Brasil em liderar, ao lado da Alemanha, uma iniciativa contra os
grampos indiscriminados dos Estados Unidos; jornal que se diz "a serviço
do Brasil" trabalhou contra
6 DE NOVEMBRO DE 2013
247 – A tentativa do Brasil de liderar, ao lado da Alemanha, uma ação
mundial para conter a espionagem em larga escala praticada pelos Estados
Unidos se tornou motivo de piada entre diplomatas norte-americanos
desde a comparação feita pela Folha com casos praticados pela Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), em 2003.
"Apesar da diferença de escala e cenário, está confirmado que todo mundo
se espiona", dizem diplomatas do Departamento de Estado e altos
funcionários na Casa Branca, segundo manchete do Uol. "Não há virgens
nesse negócio", ironizam.
Recentemente, a presidente Dilma Rousseff ganhou destaque no cenário
internacional ao pedir em assembleia da ONU uma regulação da internet em
referência clara aos abusos praticados pelo sistema Big Brother Obama. A
Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a NSA, vigiou
cidadãos e governos de países como Brasil, México, França, Espanha e
Alemanha. Em solo brasileiro, interceptou conversas de gabinete da
presidente Dilma Rousseff e quebrou o sigilo da Petrobras.
Nesse contexto, o maior jornal do Brasil publica na última segunda-feira
uma matéria que cai como uma luva para os EUA e ao mesmo tempo avacalha
os esforços de Dilma. Com base em um relatório da Abin, o jornal aponta
que representantes diplomáticos de ao menos três países foram seguidos e
até fotografados durante estadia no Brasil (Leia aqui). Com um caso pequeno, fez pirraça e trabalhou contra o Brasil.
Comparações dos dois casos são absurdas, como ressaltou o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo: “se trata de um caso de
contrainteligência, que não guarda nenhuma semelhança com as violações à
privacidade de milhares de cidadãos cometidas pelos serviços de
inteligência dos Estados Unidos”.
Postado há 21 minutes ago por FRAZÃO
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